Historia da Hipnoterapia
Pode-se dizer que a Hipnose é tão antiga quanto a própria humanidade. Se partir do pressuposto que a Hipnose se baseia na influência que um ser humano exerce sobre o outro, facilmente se aceita tal conclusão.
A hipnose é fenómeno universal. Portanto, ela pode ser encontrada na história da humanidade desde os seus primórdios. As induções hipnóticas são tão antigas quanto a comprovação da existência das civilizações antigas, passando por culturas diferentes de dança, rituais, expressões orais, forças da natureza, vindas desde povos não civilizados, todas seguindo e procurando um estado especial de consciência: o transe.
Pode-se ver, no decorrer da história, que este estado especial foi associado a ideias de modificação de energia, um sono diferente, uma patologia, uma regressão, uma aprendizagem adquirida, uma dissociação, um envolvimento motivado, uma encenação.
No Egipto (Século XXX a.C.) via-se através de papiros, que os sacerdotes induziram um certo tipo de estado hipnótico. Na China (Século XVIII a.C.) induzia-se um certo tipo de transe hipnótico para se buscar a aproximação entre os pacientes e seus antepassados. Na mitologia grega, filho de Apolo e Coronis, Asclépios aprendeu com o centauro Quíron um tipo de sono especial que curava as pessoas. Muitos dormiam no templo do deus, e durante a noite dava-se a cura. Mais tarde no século VXI, Paracelsus, pai da medicina hermética, acreditava na influência magnética das estrelas no processo de cura de pessoas doentes. Confeccionava talismãs com inscrições planetárias e zodiacais. Em seguida, no século XVIII, Mesmer, médico austríaco, defendia que a doença resultava da frequência irregular dos fluidos astrais, e a cura dependia da regulação adequada dos mesmos. Algumas pessoas que tinham o poder de controlar esses fluidos, eram considerados os donos dos fluidos e da saúde podendo intercambiá-los a outrem, (eram os chamados “curandeiros” ou “magnetizadores”).
O Abade Faria, Português, foi o primeiro a demonstrar que a Hipnose não é o sinónimo de sono e que o fenómeno não era devido a qualquer influência magnética ou mística.
James Braid (1795-1860), cirurgião, foi o responsável pela criação do nome Hipnotismo (do grego hypnos, sono). Ele acreditava que a hipnose ocorria devido a um cansaço ocular, até que descobriu que podia hipnotizar cegos, já no final da sua careira. Concluiu que isto acontecia, essencialmente, devido às sugestões verbais e que o sono não era necessário para produzir fenómenos hipnóticos.
Em Paris, entre 1880 e 1900, co-existiam as escolas de Nancy e Salpetrière, esta última dirigida por Charcot, um neurologista de prestigio. Ele, que só lidava com histéricos e histero-epilépticos, estabeleceu que só os histéricos podiam ser hipnotizados, não passando o estado de hipnose de uma manifestação de histeria, tentou recuperar a teoria magnética, convencionando os seus discípulos de que aplicando um íman em determinado membro este paralisava.
Foi nessa escola que Freud fez os seus estudos, considerando o estado de transe como algo que só acontecia como estado patológico. Freud, nesta época trabalhou com Charcot e acabou por abandonar a hipnose, depois de muitos estudos com Breuer. Faziam a correlação da hipnose com patologia. O transe sonambúlico, que provocava amnésia, e a vontade crescente do descobrimento dos caminhos do inconsciente fizeram Freud abandonar a hipnose e partir para a livre associação.