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Tratamento diferencial para a fibromialgia

Definição:

A fibromialgia refere-se a um quadro de dor generalizada e crónica. É considerada como uma síndrome, já que engloba diferentes manifestações clínicas que a caracterizam, por exemplo: dor intensa, fadiga, distúrbios do sono, indisposição.

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde na década 70, definindo-a como “condição dolorosa, não articular, que envolve os músculos e é a causa mais comum da dor musculoesquelética crônica e generalizada”. Estima-se que 2 a 8% da população adulta sofra de fibromialgia e a maioria dos casos – 80 a 90% – são mulheres com idade entre os 30 e os 50 anos.

A dor intensa, muitas vezes, incapacita o indivíduo de realizar atividades quotidianas como, trabalhar e mesmo as mais prazerosas – que envolvem o lazer. Como consequência podem ocorrer quadros de ansiedade, depressão, isolamento. A fibromialgia é uma síndrome crónica caracterizada por queixas neuromusculares dolorosas e difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas.

Causas

Não possui uma etiopatogenia definida, ou seja, não existe propriamente uma causa especifica que determine o aparecimento da doença. Nesse sentido, o diagnóstico acaba por ser dificultado, já que não existem exames específicos que detetem a fibromialgia, sendo necessária uma investigação clínica aprofundada por profissionais experientes. Entretanto, realizam-se exames para excluir outras doenças que possam causar as queixas.

Sintomas:

O sintoma predominante da fibromialgia é a dor muscular. Os sintomas devem-se prolongar por mais de três meses. Surgindo, na maior parte dos casos, de forma generalizada e por vezes debilitantes. Pode, no entanto, fazer-se acompanhar por outros sintomas, como:

Perturbações de sono;

Cansaço ao acordar e uma fadiga extrema durante o dia, não justificável pelas ações do quotidiano;

Dificuldades de concentração, bem como falta de memória;

Dores de cabeça;

Espasmos musculares bem como rigidez muscular;

Formigueiros nos dedos das mãos e dos pés;

Em 25% dos casos há mesmo casos de depressão. Tipicamente, os doentes com fibromialgia manifestam algum sentimento de desespero.

Os sintomas podem, no entanto, variar em intensidade e até mesmo desaparecer e reaparecer de forma esporádica, consoante a hora e o dia, os níveis de stresse e ansiedade ou as mudanças de temperatura. Também podem ser agravados com a atividade física desregrada.

Tratamento

Quanto ao tratamento, o mais convencional é o medicamentoso. Aqueles pacientes que permanecem com a síndrome ao longo do tempo, acabam por ficar resilientes à condição, já que existe uma ideia generalizada que não existe muito mais do que a medicação (observação realizada na pratica clinica).  Contudo existem sim abordagens diferenciais que oferecem qualidade de vida.

Tratamento diferencial

Como os sintomas são de ordem física e emocional, a conjugação da osteopatia bem como a hipnoterapia, parecem ser a solução para o tratamento. Na ausência de sintomas, o paciente pode recuperar a sua qualidade de vida com toda a normalidade.

Sabemos que pode estar relacionada com eventos traumáticos, quer de ordem física ou psicológica. A hipnoterapia é talvez a abordagem que melhor pode atuar nos eventos traumáticos que possam ter ocorrido. Situações mal resolvidas do passado podem alterar o nosso humor. Levando ao surgimento de ansiedade, humor deprimido (tristeza, vazio ou sem esperança para o futuro…). Paradoxalmente, o agravamento das dores generalizadas, podem levar ao agravamento destes sintomas, dificultando a perceção do que leva ao quê.

Em psicoterapia todas estas questões são abordadas de modo a que o paciente consiga eliminar esses sintomas.

A própria ansiedade leva a uma tensão muscular, rigidez muscular, cansaço que são os principais sintomas da fibromialgia. Controlando a ansiedade, já por si levará a que a o paciente consiga ter resultados satisfatórios.

Os resultados poderão ser potencializados quando emparelhado com a osteopatia.

Inicialmente é realizada uma avaliação minuciosa do sistema musculoesquelético. Detetando assimetrias posturais ao nível da bacia, coluna, cintura escapular… bem como as disfunções articulares. Após avaliação, procede-se à correção dessas mesmas assimetrias que possam ser detetadas.

Consecutivamente o paciente obterá um alivio da dor já que uma vez corrigindo as assimetrias, bem como as disfunções articulares, deixará de ocorrer possíveis compressões e com isso, o organismo deixa de desenvolver a inflamação. Sabemos que, são os processos inflamatórios que levam à dor e logicamente que sem a inflamação, não haverá dor.

A prática clínica tem vindo a demonstrar que quanto maior for a mobilidade obtida , menor será a dor sentida. A osteopatia possuiu vários métodos de tratamento de modo a recuperar a mobilidade, diminuindo assim a rigidez articular, consecutivamente a inflamação que se gera nas articulações e por fim na eliminação da dor.

Existe também técnicas neuromusculares que incidem no tratamento de contraturas, fraqueza muscular, etc.

Por fim, apesar do método ser eficaz no combate dos sintomas da fibromialgia ainda não é possível determinar o que leva ao aparecimento da mesma. Existe diferentes propostas mas é certo que há pacientes que não encaixam nessas propostas o que leva a uma falta de consenso sobre a sua etiopatogenia. Até que se encontre uma causa concreta que possa incorporar todos os que sofrem desta síndrome, resta-nos atuar de modo a oferecer uma maior qualidade de vida ao doente. De fato, a proposta aqui apresentada que atua sobre os sintomas, parece ser a mais indicada para obter qualidade de vida. Há pacientes que quando chegam ao consultório me dizem que até se esquecem que têm fibromialgia. Não se pode afirmar que ficam curados, pois a qualquer momento pode haver uma recaída, mas pelo menos conseguem passar bons períodos de tempo, vivendo normalmente.

Nota: Existe uma errada e incompreensível desconfiança acerca desta síndrome, seja de alguns setores clínicos seja da sociedade civil, particularmente dos que rodeiam os doentes e que se cansam de lidar com eles, como os familiares diretos ou colegas de trabalho. De modo que, se este aspeto for melhorado, já estará a garantir resultados aos que sofrem desta patologia.